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Publicado em 11/09/2020

Como a quarentena está afetando a saúde mental de professores e médicos

A saúde mental de diversos profissionais foi fortemente abalada pela crise causada pela pandemia da Covid-19, dentre eles, estão os professores, que tiveram uma grande mudança no jeito de executar sua profissão. Sozinhos, lidam com seus alunos através de um computador, sem contato direto; e profissionais da saúde, que estão na linha de frente no combate ao vírus.

É isso o que demonstra uma série de levantamentos em diferentes países que buscou identificar os efeitos do isolamento social na rotina e na saúde mental da população. De acordo com um relatório de 2020 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), transtornos psicológicos poderiam atingir até metade da população em decorrência da pandemia.

Mudança de rotina

No Brasil, um levantamento do Instituto Península, feito com 2,4 mil pessoas mostrou que, no início do isolamento, sete em cada dez professores tiveram a rotina muito ou completamente afetada, reafirmando a preocupação e revelando o medo e a reviravolta em suas vidas desde o início da pandemia. O resultado apontou preocupação com a própria saúde e de seus familiares, mas revela que os mesmos também buscaram estudar e encontrar maneiras de manter a mente ativa.

Além dos professores, os profissionais da saúde são considerados um dos grupos mais vulneráveis quando se trata de saúde mental, já que atuam no combate à Covid-19 e podem enfrentar consequências emocionais. Eles encaram rotinas exaustivas, onde o foco é dar tudo de si para cuidar dos pacientes infectados.

Para Marina Marinho, psicóloga e agente de desenvolvimento social, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, “os profissionais de saúde lidam com o estresse, a pressão psicológica e os riscos da doença diariamente. Os efeitos psicológicos negativos podem persistir por meses após as experiências ruins. São sobretudo, sintomas de estresse pós-traumático, ansiedade, raiva, medo, irritabilidade e comportamentos evitativos”.

A presença do medo

Um levantamento feito pela Associação Paulista de Medicina (APM) ouviu cerca de 2.300 médicos e afirmou que 86,6% têm a percepção de que os colegas estão apreensivos, deprimidos, insatisfeitos, revoltados e com medo.

“É importante se reorganizar internamente, promovendo uma espécie de gerenciamento dos seus pensamentos, por exemplo: evitar o consumo frenético de notícias e rumores sobre a Covid-19 para não causar ainda mais sensações de ansiedade e pânico. Entretanto, é importante não negar a doença, buscando fontes seguras de informação visando a proteção”, relata Marina.

No caso dos professores, principalmente os que atuam com crianças e adolescentes, existe a preocupação constante em manter o engajamento do aluno estando à distância. Outra pesquisa realizada pelo Instituto Península revela que 83% dos professores brasileiros não estão preparados para ensinar online, quase 90% nunca haviam tido qualquer experiência com um ensino à distância e 55% não receberam suporte ou treinamento para atuar de maneira não presencial.

Equilíbrio entre mente e corpo

Para o Instituto Península, o ato de equilibrar mente, corpo e emoções e alinhar essas dimensões ao propósito é uma das estratégias que evita ou ao menos minimiza as chances de professores e profissionais da saúde de vivenciarem situações de esgotamento e depressão, além, é claro, da ajuda de especialistas em saúde mental, caso seja necessário.

 

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