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Publicado em 19/03/2024

Família Acolhedora: cuidado no presente e garantia de futuro

Em um mundo onde o amor e a compaixão são recursos inestimáveis, o SFA destaca-se como um exemplo brilhante de solidariedade e cuidado comunitário

Aos 4 anos de idade, ele viu o pai ser assassinado. Com 6 anos, foi parar em um abrigo por maus tratos, onde viveu até os 17 anos. Com esse histórico, o roteiro da vida de Paulo, que hoje está com 20 anos, tinha todos os elementos de uma tragédia anunciada, mas o Serviço de Famílias Acolhedoras (SFA) foi responsável por uma transformação surpreendente em seu destino. “Eu já não tinha mais esperança, estava quase completando a maioridade, mas aí surgiu a chance, e eu fiquei muito feliz”, contou.

Paulo mora em Osasco, na Grande São Paulo, e foi acolhido por uma família. Com ela aprendeu a cozinhar, a administrar o próprio dinheiro entre tantas outras coisas. O mais importante foi o amor e o cuidado. “Eu estava muito preocupado no abrigo porquê ia completar 18 anos e ia morar sozinho. Na família, fui tratado igual os filhos biológicos. Ninguém no abrigo tinha feito isso por mim. O carinho que recebi foi muito grande”, explica com um enorme sorriso no rosto.

Hoje, o jovem trabalha e estuda. Tem uma vida corrida e, principalmente, grandes sonhos de vencer na vida. Paulo é muito claro ao responder no que isso o ajuda hoje em dia: “Saber que eu tenho pessoas com quem contar é uma segurança emocional muito grande. Se eu precisar conversar sobre qualquer assunto, eles estão lá por mim”, afirma categoricamente.

Órfãos da Romênia

A história de Paulo e de outras crianças e adolescentes participantes do SFA corroboram um estudo realizado pela Universidade de Harvard (EUA), conhecido como Órfãos da Romênia. Com alto nível de precisão e rigor científico, pesquisadores mapearam nos últimos 20 anos os efeitos da institucionalização precoce no desenvolvimento do cérebro de crianças.

A pesquisa mostrou que crianças abrigadas por tempo prolongado, especialmente durante os primeiros anos de vida, têm déficits cognitivos significativos. Isso inclui diminuição de QI (Quociente de Inteligência), aumento do risco de distúrbios psicológicos, redução da capacidade linguística, dificuldade de criação de vínculos afetivos, crescimento físico atrofiado, entre inúmeros outros sérios problemas, alguns deles irreversíveis.

Por outro lado, uma análise comparativa, com base em exames de imagem, como ressonância magnética e eletroencefalograma, mostraram que a intervenção acolhedora precoce e eficaz pode ter um impacto positivo nos resultados a longo prazo.

Acolhendo com Amor

Valdineia mora em Campinas, no interior. Conheceu o SFA, e rapidamente, quis ser uma Família Acolhedora. Teve o apoio dos filhos e do marido. Todos se engajaram para aprender bastante e hoje cuidam de uma criança de 1 ano e 8 meses. Ela se orgulha muito em ver o desenvolvimento: “Essa criança chegou muito fechada. Não andava, não falava, não brincava. A gente começou a estimulá-la e, nesses 8 meses, ele evoluiu muito. Ele se desenvolveu nesses 8 meses que está conosco muito mais que no primeiro ano de vida”, destaca.

Todo esse amor que é dedicado ao menino acolhido trouxe muita alegria para a família de Valdineia. “Nós fazemos uma diferença tremenda na vida dessas crianças e adolescentes, e aprendemos muito também. É uma troca de amor sem igual. Se tivéssemos mais famílias acolhedoras, com certeza, seríamos um país melhor”, completa Valdineia.

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