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Publicado em 18/03/2024

Família Acolhedora x Adoção: Entenda as diferenças destes dois caminhos de amor e cuidado

A principal diferença entre adoção e família acolhedora reside na natureza temporária dos laços familiares.

O Serviço de Família Acolhedora (SFA) desempenha um papel crucial na vida de crianças e adolescentes que precisam de cuidados temporários, geralmente em situações de emergência ou transição, ao serem afastados de suas famílias de origem. Elas oferecem amor, apoio e estrutura durante um momento crítico na vida da criança, ajudando a criar um ambiente seguro e amoroso enquanto as questões familiares são resolvidas.

Isso acontece quando crianças e adolescentes estão em situação de risco social – seja por negligência, abandono ou abusos. A determinação da Justiça é temporária, até que a situação do menor de idade seja definida: que seria o retorno à família de origem, encaminhamento para família extensa – tios ou avós biológicos, por exemplo – ou adoção. Outro caminho são os Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICAs) – conhecidos como abrigos ou orfanatos.

Delton Hochstedler trabalha com acolhimento familiar há 21 anos. Nascido no Canadá, mas casado com uma brasileira, começou sua incursão pela área de proteção da criança e adolescente nos Estados Unidos, e hoje exerce sua profissão no Brasil. –É coordenador do Serviço Pérolas, uma OSC especializada em acolhimento familiar. “O papel da OSC é divulgar o serviço, fazer a captação das famílias, habilitar e treinar essas pessoas. Nós temos um curso de preparação que ensina sobre desenvolvimento infantil, efeitos dos traumas, como acolher da melhor forma e seguir os próximos passos”, explica.

As famílias acolhedoras são treinadas e certificadas para fornecer um ambiente seguro e carinhoso. As OSC´s fazem parcerias com o poder público e têm um papel fundamental não só no início do processo. O acompanhamento é integral e quem adere ao programa tem todo suporte necessário. “A equipe multidisciplinar vai ajudar essa família sobre como proceder na educação, saúde e, principalmente, comportamental dentro da própria casa. Como reagir ao processo de convivência durante este período de transição e, no final, sobre o momento da despedida, quando a criançafor adotada ou porque voltou para a família de origem” destaca Delton.

 

Família Acolhedora não é atalho para adoção

A adoção é um processo legal que estabelece um vínculo permanente entre uma criança e uma família que não é biologicamente relacionada a ela. Este é um passo significativo e final na vida de uma criança em termos de estabilidade familiar. Para adoção os candidatos passam por um processo legal rigoroso que implica em muitas fases. Quando é concedido esse direito, as responsabilidades legais são completas, incluindo a custódia da criança, herança e apoio emocional e financeiro.

A principal diferença entre adoção e família acolhedora reside na natureza temporária dos laços familiares. Enquanto uma criança adotada encontra uma casa permanente, as crianças em famílias acolhedoras permanecem sob cuidados temporários até que uma decisão permanente seja tomada em relação à sua situação familiar, e não podem adotar esta criança ou adolescente.

“Quando uma família se prontifica a ser acolhedora ela é bem preparada e sabe que será por tempo determinado, mas crucial. Sabe que está participando de uma política pública nobre que é prover afeto e cuidado provisório. Assim, estará servindo à família final, que receberá uma criança ou adolescente emocionalmente estruturado”, completa Delton.

 

Benefícios de amor e cuidado para acolhidos e acolhedores

Lumena Marangoni é voluntaria e conheceu o programa através do Instituto “Fazendo História”, que trabalha com famílias acolhedoras. Depois de passar por todo treinamento descobriu que o perfil que mais se identificava seria bebês. Seu primeiro acolhimento foi em 2016, e nunca mais parou. Está no oitavo acolhimento, e afirma que cuidar é um ato de amor que dá sentido à vida. “Você precisa se apegar, dar muito carinho e saber que ela realmente faz parte da sua família. A gente leva ao médico, dá vacina e faz de tudo. Só que o mais importante é deixar essa criança florescer sabendo que está amparada. Quando ela vai embora temos a melhor sensação do mundo de dever cumprido”, diz Lumena.

O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento, que trabalha pela causa desde 2020 e é um estudioso de todos os aspectos do SFA é muito claro ao afirmar os benefícios. “A diferença é a segurança de estar em um ambiente em que as pessoas realmente se importam, querem saber como você está, dão atenção plena e se preocupam com você. O resultado final é muito mais favorável”, explica.

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