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Publicado em 03/09/2020

A influência de substâncias psicoativas no suicídio

O mês de setembro é marcado pela campanha de conscientização de prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo, que traz consigo discussões acerca deste assunto que tira a vida de milhões de pessoas pelo mundo todos os anos.  É importante salientar e trazer à tona, para que a prevenção seja efetiva, os motivos que levam uma pessoa a tirar a vida. Dentre as razões, uma das principais é o uso abusivo e combinado de álcool e drogas.
Um estudo feito pelo Centro Integrado de Neuropsiquiatria e Psicologia Comportamental (CINP) constatou que o consumo combinado de álcool e drogas está diretamente relacionado à tentativas de suicídio, já que o uso dessas substâncias agrava sintomas depressivos e intensifica a impulsividade.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil a principal causa que leva alguém ao suicídio são os transtornos afetivos (cerca de 36%), como depressão e ansiedade. Em segundo lugar (23%) está a dependência por substâncias psicoativas.
Para Eliana Borges, coordenadora Estadual de Políticas sobre Drogas, “o suicídio, assim como a dependência química, infelizmente ainda está carregado de julgamento. No entanto, ambos devem ser compreendidos na perspectiva de saúde mental e expressão de uma dor social. É necessário entender qual o significado da droga na vida do indivíduo assim como a busca de alívio do sofrimento através do suicídio”.

Ainda que as drogas possam trazer uma gratificação imediata, logo que o efeito passa, elas podem provocar ou agravar os sintomas depressivos. A própria depressão causada pela falta da substância no organismo pode fazer com que a pessoa procure novamente o álcool e outras drogas para se livrar dos sentimentos negativos, o que pode causar abuso ou dependência.
Eliana ainda faz um alerta sobre a automedicação: “É comum o uso de substâncias psicoativas como automedicação para a depressão, uma vez que libera dopamina no sistema nervoso central. Esse é um fator que deve ser tratado por especialistas”.

Sinais de alerta

O uso abusivo de álcool e drogas já é um sinal de alerta que indica que alguém não vê mais sentido na vida. Também é comum manifestação de falta de interesse pelas coisas e mudanças de humor constante. Ainda sobre as mudanças de humor, quem tem inclinações suicidas é tomado por uma tristeza profunda, procurando o isolamento e se sentindo sozinho mesmo quando está com outras pessoas ao redor. Além disso, manifesta sinais de vergonha e crises de raiva.

Existem também as frases de alarme, um dos sinais mais evidentes quando se trata de alguém que pretende tirar a própria vida. É importante depositar mais atenção quando ouve-se coisas como: “Não aguento mais”, “eu queria sumir”, “eu quero morrer”, entre outras.

É possível prevenir?

A dependência química é um fator de risco e deve ser tratada por especialistas. A família e amigos podem ficar atentos aos sinais de alerta, além de poderem contar com a ajuda de programas que têm como foco a prevenção da dependência. Um exemplo é o programa Prevenir Sempre, lançado em junho de 2020 e com enfoque em prevenir o uso de substâncias psicoativas, especialmente em tempos de pandemia, como é o caso da Covid-19.

“É sabido que no período da pandemia, aumentou o uso de álcool e também os transtornos depressivos, logo, é importante que pessoas próximas e políticas públicas deem maior atenção e cuidado”, alerta Eliana. O programa é composto por um canal no Youtube e oferece um curso online e um e-Book, além de contar com a realização do 1º Webinar de Prevenção ao Uso de Drogas, com assuntos que têm como eixo principal a prevenção e os alertas que o abuso dessas substâncias podem causar.

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