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Publicado em 17/05/2021

Os impactos da gravidez durante a adolescência na vida das famílias

Os impactos da gravidez durante a adolescência na vida das famílias

A gravidez é um acontecimento importante na família, principalmente na vida da mulher. Quando ocorre na adolescência, pode trazer um maior grau de vulnerabilidade ou risco social para mães e filhos, principalmente os recém-nascidos, pois as crianças são particularmente vulneráveis ​​nesta fase e dependem dos cuidados de adultos. A própria adolescência constitui uma fase de autoconhecimento, transformação física, psicológica e social. Nesse sentido, para a puberdade e futuras mães, a gravidez requer não apenas as mudanças físicas e emocionais inerentes à essa fase, mas também outro estilo de vida, que requer maturidade biológica, psicológica e socioeconômica para atender às suas necessidades.

Em muitos casos, o pai também é adolescente. Isso leva a dependência da família, bem como as mães e pais, e a falta de preparação financeira. Nesse caso, a licença maternidade e a licença paternidade têm consequências desafiadoras para adolescentes e filhos futuros. Portanto, o espaço de prevenção e cuidado deve ser aberto a todos os envolvidos.

Implementação de políticas públicas

Devido aos altos índices, a gravidez na adolescência tem sido objeto de debates, pesquisas e políticas públicas no Brasil. De acordo com relatório publicado em 2018 pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada mil jovens mulheres entre 15 e 19 anos. Na América Latina e no Caribe, a taxa é estimada em 65,5 nascimentos. No Brasil, um em cada cinco bebês nasce de uma mãe com idade entre 10 e 19 anos, o número chega a 65 nascimentos, superando a média da região. Ainda, no país, a proporção de nascidos de mães entre 10 e 19 anos é de 18%.

Além disso, as responsabilidades decorrentes do cuidado diário de outra pessoa, como sono, lazer e tempo social, muitas vezes têm impacto na dinâmica familiar, na qualidade dos vínculos afetivos e protetores e na trajetória profissional e escolar. Segundo dados coletados pelo Ministério da Educação em 2016, 18% dos motivos de evasão escolar estão relacionados à gravidez na adolescência.

Dados do IBGE/Censo (2010) mostram que a proporção de adolescentes e jovens brasileiras de 15 a 19 anos que não trabalham ou não estão na escola é maior do que aquelas que nunca tiveram filhos. Além disso, entre as que têm filhos, as que se dizem pretas e pardas apresentam maior taxa de fecundidade (69%).

Sobre os riscos da gravidez precoce

Segundo dados do Ministério da Saúde, 66% das gestações entre adolescentes são indesejáveis, indicando que as condições para que isso aconteça são: falta de informação, falta de apoio das redes familiares e comunitárias, etc. Independentemente de ser planejada ou não, a gravidez precoce aumentará o risco de morte materna e infantil, bem como o risco de parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia e depressão pós-parto. A falta de conhecimento, a impossibilidade de obter métodos anticoncepcionais e informações suficientes para o planejamento reprodutivo, afeta diretamente um grande número de gestações na adolescência.

De acordo com dados da edição 2015 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 72,1% das entrevistadas que tiveram pelo menos uma relação sexual afirmaram ter usado algum método para prevenir a gravidez ou infecções sexualmente transmissíveis. No entanto, o alto índice de gravidez mostra que o acesso à informação e a conscientização dos adolescentes sobre as responsabilidades e riscos da gravidez precoce ainda são desafios a serem superados.

A efetivação dos direitos das meninas, adolescentes e mulheres jovens como mães deve levar em consideração a importância do conhecimento e do acesso aos diversos serviços e cuidados, como o pré-natal e o parto humanizado. Tais direitos envolvem também a necessidade de garantir que as mães, meninas, adolescentes e jovens frequentem a escola e participem de atividades sociais, oportunidades e espaços que fortaleçam e promovam a convivência familiar e comunitária.

 

 

 

 

 

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