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Publicado em 31/08/2020

Setembro Amarelo: a importância de falar sobre o suicídio

Com o objetivo de prevenir e reduzir o suicídio no Brasil que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a segunda principal causa de morte no mundo – atrás apenas de acidentes de carro -, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), passaram a organizar, em 2014, a campanha Setembro Amarelo.

A campanha é realizada anualmente, durante todo o mês de setembro e tem o dia 10 como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, com a meta de conscientizar as pessoas que o suicídio pode ser evitado.

“O mês de setembro pode ser um incentivo para deixarmos de ver o suicídio como um tabu. Não sabemos pelo que o outro está passando, seus problemas, pensamentos e o diálogo pode ser poderoso em momentos que precisam de comunicação”, afirma Nayra Karam, secretária executiva da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e também psicóloga.

Por ano, são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil, sendo, em média, 96,8% dos casos relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

A OMS ainda aponta que indivíduos que tenham sofrido violência sexual, doméstica, agressão moral ou psicológica, especialmente nas fases da infância e adolescência, ou pessoas em situação de vulnerabilidade social têm maior risco a cometerem o suicídio.

Prevenir o suicídio

A ABP afirma que o suicídio tem um sério impacto na vida de pelo menos outras seis pessoas que estão em constante convívio e que as mesmas podem ter um papel fundamental na prevenção, prestando atenção na possível vítima.

“Os familiares e amigos podem fornecer o apoio emocional necessário para mostrar que ninguém está sozinho e que podem contar uns com os outros. Eles não vão ocupar o lugar de um especialista, mas o afeto e atenção pode fazer muita diferença”, destaca Nayra.

A OMS aponta três características psicopatológicas comuns no estado mental dos possíveis suicidas. São elas:

Ambivalência: o desejo de viver e de morrer se confundem no sujeito. Muitos não aspiram realmente morrer, mas sair do sentimento momentâneo. Se for dado oportunamente o apoio emocional necessário para reforçar o desejo de viver, logo a intenção e o risco de suicídio pode diminuir.

Impulsividade: o suicídio, por mais planejado que seja, parte de um ato que é usualmente motivado por eventos negativos. O impulso para cometer suicídio é transitório e tem duração de alguns minutos ou horas. Acolher a pessoa durante a crise com ajuda empática adequada pode interromper este impulso.

Rigidez: quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema.

O desejo de cometer suicídio ainda pode ser identificado em algumas frases, como: “gostaria de estar morto”, “quero sumir”, “quero acabar com tudo”, “não aguento mais”, entre outras que, com atenção necessária, podem ser mudadas. O círculo social de uma possível vítima tem o papel fundamental quando relacionado ao apoio e fortalecimento emocional.

Centro de Valorização da Vida

As pessoas que estão pensando em suicídio também podem contar com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção para aqueles que querem conversar. Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos mais de 120 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail, tudo sob total sigilo e anonimato.

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